sexta-feira, 29 de junho de 2012

[ARQUIVO 2012] Lar doce lar do Colégio Ideal


"Queira muito ver as paredes ao menos rebocadas para ficar bem bonito”, revela Jaqueline Duarte, de 18 anos. Ela é terceira dos seis filhos de Eliene Duarte da Silva, 40, e Jacó Matias da Silva, 45, selecionados pelo Colégio Ideal para o Lar Doce Lar da Simulação das Nações Unidas (SINUSI). O exercício de solidariedade será diferente este ano. Em vez de arrecadar alimentos, os alunos rifarão um tablet e investirão o dinheiro na compra de material de construção para a reforma da casa da família Duarte da Silva.

O LAR
Eliene, o esposo, cinco dos filhos e um neto moram na Vila São José, comunidade de baixa renda em Taguatinga Norte, Distrito Federal. A mãe trabalha “catando latinha e cobre” – como descreve a filha Jaqueline – e o pai faz frete usando uma carroça. O sustento é complementado com o serviço de pedreiro de Erivan, 23, filho mais velho do casal, e Greiciene, 19, que trabalha numa padaria e é mãe do pequeno Christofer, de 2 anos. As duas caçulas Jociane, 15, e Jaine, 8, estudam. Jaciara, 17, é casada e a única filha que não mora com os pais, mas bem perto deles, na mesma vila.

A renda da família de oito pessoas não passa de mil reais por mês e serve para pagar as contas, comprar gás, comida, material escolar e limpar a fossa. O último encargo é enfatizado: “Aqui ainda é fossa. Aí tem sempre quepagarparaviremlimpar”,explica Eliene. Instalar esgoto e terminar a casa são etapas adiadas há 20 anos pela família, desde que receberam o lote doado pelo governo.

A CASA
Três quartos pequenos, sala, cozinha e dois banheiros para o uso da família: o de tomar banho e o “das necessidades”, definem os de casa. O
primeiro é feito de tijolo, fica dentro de casa e é dividido da sala por uma cortina improvisada. O outro, é de tijolo reforçado por placas publicitárias e de sinalização, encontradas durante o trabalho de Seu Jacó e Dona Eliene.

Os oito moradores da casa repartem a parede lateral, feita de tábuas, com outrafamília.“Omaridodavizinha‘tá’ desempregado, por isso a gente ainda não fez sociedade para fazer um muro melhor”, justifica-se Eliene. A família tem outras companhias constantes no quintal de casa: as latinhas e sucatas de Dona Eliene e o cavalo de Seu Jacó. “Tentamos até vender ele e comprar um carro para os fretes, mas quem apareceu queria pagar fiado. Aí não deu certo”, conta Eliene.
Ellen Rocha
assessora de comunicação do Colégio Ideal


Veja as fotos:

Eliene conversa com Norma Molina, diretora do Colégio Ideal, sobre a reforma da casa








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